domingo, 1 de agosto de 2010

Um fim de semana em Maceió

Opa! Esse Blog não era sobre a Copa? Maceió não é sede da Copa 2014. Então o primeiro blog efetivo sobre cidades já começa errado?
Calma, gente. Realmente. É um blog pra ajudar o turista gay da Copa. Mas também pra ajudar o turista gay em qualquer viagem. Afinal a Copa ainda está um pouco longe. Temos tempo pra tudo. E, como eu disse no primeiro post, a idéia é dar informações atualizadas sobre algumas cidades. Pois bem, estou neste momento escrevendo este post diretamente de Maceió. Essa foto que ilustra esse texto foi tirada da janela do meu quarto no hotel na manhã de hoje. Estamos no domingo e eu estou aqui desde a sexta-feira. Sendo assim, as informações que coloco aqui estão atualizadissimas. Além de tudo, Maceió está pertinho de Recife, onde ocorrerão jogos da Copa 2014, de forma que o turista pode muito bem aproveitar o intervalo entre um jogo e outro e dar um pulinho por aqui.
Visão geral da cidade
Bem, a cidade de Maceió não difere muito de outras capitais nordestinas. Possue belas praias, uma orla relativamente agradável, e o restante da cidade que precisa de muitos cuidados, deixando muito a desejar. Isso pode ser visualizado logo na chegada, no trajeto entre o aeroporto e as praias, onde estão situados os hoteis. Não é possível ver nenhuma beleza em todo o trajeto, até a chegada nas praias.
Transporte e Hospedagem
Bom, como já dito acima, a beleza de Maceió se concentra nas praias, principalmente no trio Pajuçara - Ponta Verde - Jatiúca. Então, se vai se hospedar, o lugar é esse. Existem inúmeras opções de hoteis nesse trecho, pra vários gostos e bolsos. É só escolher um e fazer a reserva.
O sistema de transportes de Maceió, assim como de qualquer cidade brasileira, deixa muito a desejar. A vantagem para o turista é que, estando hospedado nessas praias, tudo o que ele vai precisar encontra-se a uma pequena distância, de forma que um trajeto de táxi dificilmente irá ultrapassar os dez reais. Então, minha dica é: ou vá a pé, ou pegue um taxi. Não gaste seu precioso tempo a espera dos ônibus que nunca aparecem.
A exceção, nesse assunto, fica por conta do trajeto entre o aeroporto e o hotel. O Aeroporto Zumbi dos Palmares fica muito longe das praias, e portanto o taxi se torna uma opção bastante cara, ultrapassando os 50 reais. Diferente de outras cidades, Maceió não possui uma linha de ônibus exclusiva para atender aos turistas que chegam do aeroporto. Contudo, existe uma linha convencional, de número 305, que faz o trajeto Aeroporto - Ponta Verde. Saindo do aeroporto, você pegará esse ônibus na extremidade esquerda do terminal, na pista externa. Não tem erro, pois é o único ônibus que entra no aeroporto. O valor da passagem é de R$ 2,30, e quanto aos horários, pode perguntar no balcão de informações, situado na saída do desembarque, que o atendente ira te informar. Aproveite para pegar com ele um mapa da cidade. Não confie, porém, nos horários informados. Apenas relaxe e espere. Se você, assim como eu, não viaja sem um bom livro, esse é o momento de por a leitura em dia.
A vida gay
Se você pensa em ir a Maceió pra aproveitar qualquer tipo de agito gay, só posso te falar uma coisa: desista. Isso realmente é uma coisa que não existe aqui. Pelo que pude ver, tudo que abre aqui para esse público acaba por fechar as portas. Hoje funciona aqui um bar (Be Cat), uma balada (Havana) e uma sauna (Eros Thermas). E nada mais. Todo o resto que você encontrar em sites por ai (boxx, toy, bar da zil, da rosa, etc) já fechou as portas.
Então vamos falar das minhas experiências. A sauna, caso você pretenda ir, desista.... Mais velho que o lugar, só os frequentadores. A casa inteira fede a mofo, os armários do vestiário estão sendo devorados pelos cupins, deixando suas coisas todas cheias de pó de madeira. As cabines, em divisórias, estão todas caindo. Algumas nem porta mais possuem. As saunas em si, têm quase a mesma temperatura que o lado de fora. Até difícil perceber se as máquinas estão ligadas ou se o calor provem apenas do local fechado com várias pessoas dentro. A porta da sauna seca não tinha puxador por dentro, de forma que era inviavel fecha-la, ficando a mesma sempre um pouco aberta, a menos que alguém empurasse por fora. Abaixo de 40 anos de idade naquele lugar só tinha eu e os michês. Abaixo de 30: ninguém. Minto.. tinha os boys (com cara de pedreiros) contratados para um "show de sexo ao vivo". Após uns 15 minutos de show, em que o som deixou de funcionar 3 vezes, e o pau dos caras não subia nem com reza braba, eu desisti e fui embora. Atenção: não se iluda com o site deles. Qualquer foto colocada ali é de 1997, época de inauguração da sauna. De lá pra cá tudo se destruiu.
A Havana é o único club que restou na cidade. É um lugar simples, com qualidade de som mediana e de iluminação ruim. Possui uma área "vip" que quase chega a ser maior que o espaço comum. Ah, e pra ser vip basta consumir 10 reais a mais. No dia que eu fui a entrada era 15 reais de consumação comum e 25 reais para vips. Achei que 25 reais iriam se acabar rapidinho, mas foi ate difícil gasta-los num lugar em que a água custa 2 reais, a cerveja 3 e a vodka 5. Quanto ao público, era bem variado. bastante gente feia, alguns pegáveis, e uns 5 bonitos. Ou seja, igual a qualquer outro lugar que não seja o sul do país.
Ah, segundo me informaram, haviam dois locais de pegação na cidade. Um é o final da praia de Pajuçara, em direção ao porto. E o outro é uma construção abandonada do que foi o Iate Clube dentro do mar da Ponta Verde. Fui aos dois lugares pra ver o que rolava e a minha dica para vocês: não percam seu tempo. O tal ponto, sob o Iate Club, é inviavel. Só é acesssível com a maré baixa, e ficam crianças brincando lá. Até tinham algumas pessoas lá caçando nas duas vezes que passei por lá. Não mais que 3 ou 4 pessoas, sendo que nenhuma valia a pena. Fim de carreira. Quanto ao local da Pajuçara, sempre tinha muito movimento em frente, um povo jogando futebol na areia. e dentro do "local", uma espécie de matinho com trilhas, a unica coisa que vi la foi gente fumando maconha, um cara pedindo dinheiro, e um velho se masturbando. Fui no fim da tarde. Não é um local no qual eu me arriscaria a ir durante a noite. Fica a dica.
Não cheguei a ir no Be Cat. Marquei com alguns caras pela internet de ir lá, mas eles ficavam de ligar ou voltar ao msn e não voltavam. A população gay de Maceió é muito preconceituosa. A maioria prefere se esconder em casa, sempre discriminando os que vão aos bares ou boates. Por isso a vida gay nunca avança. Sempre falam que a cidade não tem nada, mas colaboram pra que continue assim, evitando as pessoas que gostam de se divertir sem preconceito. Acham que é baixo nível frequentar locais gays, mas os que podem viajar sempre vão nas outras cidades em locais que discriminam em sua terra. E os que não podem, ficam se lamentando e deixando de viver. Uma certeza: não marque com ninguém pela internet. Faça seus passeios e conheça as pessoas ao vivo. Os da internet só querem te ver na câmera e mais nada.
Essas minhas impressões da cidade. Se discorda, deixe seus recados e suas dicas abaixo. E Até a próxima!